Desabafos de Marvão

O convite de um amigo para desabafar na Rádio Portalegre, todas as quartas, às 7.30h, 10.30h, 13.30h, 17.30h, 23.30h, levou-me também a criar um espaço, na blogosfera, onde possam ficar registados os textos da versão radiofónica. Espero que gostem e já agora, se não for pedir muito, que vos dê que pensar. Um abraço...

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Um rapazinho de Marvão

terça-feira, janeiro 30, 2007

18º Desabafo – 31 de Janeiro de 2007 – A interrupção voluntária da felicidez


Pedindo a vossa paciência e implorando por misericordiosa compreensão, desculpem mas tem mesmo de ser e assim, uma vez mais… vão ter de levar com o aborto.

É que não dá! O pessoal está todo a ficar histérico com esta história e agora que se aproxima o dia D, é cerrar fileiras, entrar de carrinho e a varrer que “em tempo de guerra não se limpam armas”. De repente, parece que ficou tudo tontinho, os do gang do sim e os da turma do não, de bandeirinha e autocolante a varrer os mercados e vielas do Portugal mais que profundo, cada um vendendo os seus argumentos. Até as varinas do Bulhão andam desorientadas a pensar que as últimas eleições parece que foram ontem quando entra a turba ululante em plena alucinação colectiva. É uma encenação circense do mais alto gabarito. Ainda se queixa o Cardinalli que não encontra actuações de reconhecido mérito em solo luso e lá vai ele a caminho da China a buscar mais um comboio deles para o número do trapézio.

Bem dizia o outro que as paredes do Júlio de Matos são altas não para os que lá estão fugirem mas para os que estão cá fora não terem a tentação de entrar.

Pois eu, mais uma vez e já que me obrigam a ser chamado à pedra, tenho mesmo de dizer de minha justiça. Chamem-me retrógrado, tapado, machista, cabeçudo, ultrapassado, chamem-me Torquemada, chamem-me primitivo, regalem-se a baptizar-me com as mais inomináveis abjecções mas eu, nesse dia, voto um não consciente.

Aqui para nós que ninguém nos ouve, o menino Sócrates bem podia estar caladinho porque não lhe fica nada bem manchar a aura de isenção que ostenta na traseira da nuca com a declaração naquilo em que devemos votar. Até o Sampaio que tão confuso andou aqueles anos todos quando dormia em Belém, nos aparece agora mais que esclarecido porque, diz ele, “Portugal não pode ficar para trás”.

E a minha teimosia em não aceitar a liberalização do aborto até às 10 semanas prende-se com um único motivo: a vida desse feto que cresce lentamente na barriga da mãe não lhe pertence a ela, nem à mulher na sua condição, mas sim a ele próprio. Quero eu dizer com isto que se ninguém o impedir, se ninguém se armar em Deus e meter a faca onde a vida já por si brota, esse projecto de ser há-de passar disso mesmo e há-de ser gente de carne e osso. Defendo e acredito profundamente que essa vida que veio sabe-se lá de onde é autónoma e se há-de servir do casulo onde dorme então para passar a caminhar por si quando chegar a sua hora. Apesar de nunca ter sido fã dos Delfins, acabo nestes dias por lhes dar razão. Também eu acho que quando alguém nasce, nasce selvagem, no sentido em que em última instância não pertence a ninguém senão a si próprio e espero que não me mal interpretem nem procurem segundas intenções quando digo isto.

Nos dias que correm, com a informação e a multiplicidade de meios contraceptivos que existem, não faz sentido ter de recorrer a tão dramático corte da mais brutal das maneiras, pelo menos como prática corrente.

Depois vêm com a conversa dos que têm dinheiro vão a Badajoz e os pobres ficam a pé, que na Europa já se faz e eu quero cá saber da Europa e do que fazem os europeus se a conversa que tenho aqui é com a minha consciência e não com eles.

Dizem que se vai continuar a fazer, que vai continuar a haver…

Não digo que não, mas sim que essa é uma falsa questão. Porquê? Quando uma população partilha no mesmo território um sentimento de pertença e uma língua comum, quando uma nação atinge o Olimpo de poder ser um país, há um conjunto de leis que regulamentam o seu viver em sociedade, leis essas que podem ser mais ou menos permissivas, mais ou menos austeras, mais ou menos imutáveis. Pois eu penso que há muitas coisas que se praticam no meu país que podem continuar a acontecer mas lá por acontecerem não quer dizer que devam ser contempladas na lei.

Exemplos? Toda a gente sabe que há droga nas prisões. Se há consumo e doenças associadas à partilha de seringas, dizem os entendidos que devem haver kits descartáveis gratuitos para fornecer aos reclusos. Há quem concorde, certo? Pois eu discordo em absoluto e vão ter de me explicar como se eu fosse muito burro porque se uma prisão é um sistema fechado, alguém tem de meter a droga lá dentro para ela poder aparecer. Entretenham-se então a descobrir quem é que são os mafiosos que se andam a alimentar da conjuntura, fiscalizem os inputs, apliquem penas pesadas e deixem-se de lirismos porque o contrário é ser conivente com a maralha.

Também sou contra a liberalização das drogas duras apesar de muitos defenderem que com ela acabaria o tráfico, como sou contra a existência de salas de chuto assistido e contra a tributação desse tipo de rendimentos. Sim, porque o nosso Estado, espertalhão! prevê a cobrança de tributos até no caso dos obtidos a partir de fontes ilícitas, o que só lhe fica mal porque para além de ser só para inglês ver, ninguém está a imaginar as meninas do Intendente a irem a correr às Finanças para apresentar uma declaração de alterações porque superaram nessa tarde o limite do volume de negócios declarado para efeitos de IVA e IR, pois não?

Eu aqui sou um bocadinho mais pessoa de bem que o nosso mais que tudo e digo que se é ilícito que ilícito seja e continue. Às vezes temos de saber fechar os olhos para as zonas negras da nossa legalidade.

E tanto se me dá como se me deu que na Holanda se fumem ganzas e se cheire coca com a naturalidade com que cá se atam os atacadores dos sapatos. Não acho isso correcto. E o álcool? Bem, isso é outra história. Já dizia o Zé da Calçada que beber vinho era dar de comer a meio Portugal.

Pois voltando ao aborto, eu digo que não, embora tenha clara consciência que muito provavelmente o sim vencerá e elas hão-de abrir garrafinhas de champanhe e dar vivas. Às tantas, até uma ou outra caravana, não? Sim eu sei, a malta gosta é de festas.

Pois este vosso amigo diz-vos que não, que para mim pode continuar mas a lei não o deve contemplar pelo simples motivo que o feto que vai pelo esgoto abaixo ou incineradora dentro, nunca há-de correr à volta de um jardim, comer um gelado de limão à sombra de uma árvore no Verão, ver o mar ou ser gente como todos nós.

Pode parecer lírico, mas se um filho não vos dá jeito na altura, podem ao menos dar-lhe o direito a viver e entregá-lo para adopção depois. Ah, isso não! Nem pensar! É muito mais cómodo como querem agora: veste-se a bata, paga-se a nota e sai-se como se nunca tivesse sido nada. É um calo que saiu. Já está! E eu é que sou egoísta!

De tanta conversa louca que tenho captado nos últimos dias, deixo-vos com um relato que me parece de todo pertinente e o qual tive oportunidade de ouvir no programa “Prova Oral”, do grande Fernando Alvim, na Antena 3. A ouvinte ligava do Norte e deixou-me estarrecido com o seu testemunho. Há muitos anos, quando se iniciava no mercado de trabalho e aprendia a ser independente, um amor fortuito trocou-lhe as voltas da vida e as contas à menstruação, deixando-a grávida ao fim de pouco tempo. Sem ter o apoio certo de um companheiro e o calor do lar para a sustentar, sem ter certeza na certeza que carregava no ventre, sem um salário fixo, sem uma posição segura, terminar de uma vez com aquele pesadelo foi a única verdade que lhe toldou o pensamento. Andou a remoer, a ganhar coragem, a investigar o mercado clandestino e algures nesta demanda, algo a fez inverter a posição e sem saber como, quis fazer das tripas coração e proteger esse sentimento de pertença que nunca um dia pensou ter. Passou fome. Comeu o pão que o diabo amassou. Passou as “passas do Algarve” para levar a sua avante. A persistência e a teimosia que antes a fizeram exemplo de rebeldia, eram agora a força motriz que alimentava a vontade de levar o seu filho avante. Hoje, mais de 15 anos volvidos, ligou para a RDP para nos deixar a todos a sua versão. Hoje, dá Graças a um Deus que então não conhecia porque se na altura da sua indecisão o aborto fosse legal, não teria hesitado e esse teria sido o caminho. E se então tivesse desfeito o que não queria, nunca teria tido oportunidade de ver o seu filho com a alegria e o orgulho com que hoje o contempla. Antes adepta do sim, hoje fervorosa adepta do não, diz que sabe bem o que dizer no dia 11 de Fevereiro. E nem por isso será menos mulher e menos decidida que as outras.

É certo que as mulheres são livres e podem mandar nos seus corpos. Só peço é que sejam mais tolerantes, elas e não eu! e respeitem o corpo dos seus filhos e o considerem não como um apêndice, não como mais uma extensão egocêntrica de si mas sim como uma vida que merece tanto ser respeitada como a sua ou qualquer outra.

7 Comments:

Blogger Bonito said...

Diário de Notícias, 28 de Janeiro de 2007, pag. 8. "Maria Luísa, paraplégica, 41 anos, teve de ir a Badajoz"

Resumo:

Esta é, também, uma estória sobre aborto, neste caso consumado. Esta mulher ficou paraplégica aos 12 anos quando a árvore que o pai cortava lhe caiu em cima. Em cadeira de rodas (algo raro numa terra pequena) fez o 12º ano e foi sempre apontada como "um bicho no jardim zoológico". Mais tarde, saiu de casa quando os pais a tentaram impedir de ir viver com o marido. Ao longo da sua vida fez vinte operações à coluna. Sabia que se engravidasse teria de passar seis meses deitada, estando a sua vida e a do bebé em risco, pelo que era uma hipótese que rejeitava. Um dia, a pílula falhou. Decisão: abortar. Os juízos de valor sobre ela surgiram imediatamente… foi apontada, censurada... "tinha de ter filhos, não porque os desejava, mas porque os outros queriam que tivesse". A sua vontade teria que ser submetida a uma comissão de ética, num processo prolongado e com fim incerto. É DIFÍCIL DE ACEITAR QUE UMA COMISSÃO DE ÉTICA DECIDIDA SOBRE A VIDA DESTA MULHER!!. Solução: Badajoz.


Comentário:

Felizmente esta mulher tinha capacidade financeira e discernimento para não ser “esventrada” num qualquer vão de escada, aqui em Portugal.


Após 18 semanas não resisti em comentar o teu desabafo. Leio-os sempre com o prazer de quem vê um amigo demonstrar o seu valor, através de textos bem escritos e com substância (que é o que interessa). Contudo, nem sempre em acordo (que é, também, o que interessa…para uma boa e suculenta discussão).

Para quem começa, e bem, por se insurgir contra “uma espécie de Campanha Eleitoral” em que se tornou este referendo parece ser exagerada a forma como, depois, defende uma certa escolha no mesmo.

Nesta temática tenho uma visão diferente de ti. Sobretudo, tenho dúvidas. E sobretudo, ainda, tenho dificuldades em fazer juízos de valor sobre as escolhas de cada um(a). Sou sensível aos argumentos do “Não”. Sou sensível ao valor da Vida. No entanto, sinto que não existe, com certeza, mulher que aborte por gosto… existem sim variadas, complexas e dolorosas situações que só as próprias têm o direito de as decidir.

O que me inquieta é a forma absoluta e sem dúvidas como alguém pode defender uma posição radical neste tema, o que parece ser o teu caso. Contudo, ainda existem por aí posições mais extremadas, as quais ameaçam as pessoas de excomunhão (não sei se é assim que se escreve), mas como sabes isso a mim não me preocupa…(pelo menos por agora!!)

Talvez seja mesmo um problema de (falta) fé … ou excesso de pragmatismo… quem sabe…

Grande Abraço
Bonito Dias

8:53 da tarde  
Blogger João, said...

Amigo Pedro, ao ler este teu "Desabafo", ponderei bastante sobre se deveria "Comentar" este tema, e arriscar-me a entrar também, no "folclore nacional" do momento.

No entanto, a minha consciência não me deixaria em paz se o não fizesse, e por ser da área da consciência individual, dos princípios e dos valores, em minha opinião, tal assunto, nunca deveria ser referendado pelo colectivo.

Mas uma vez que o faço, gostaria de te dizer, que foi com alguma mágoa que constatei a forma falaciosa como tratás-te a temática da "interrupção voluntária da gravidez" e que não estou de acordo com a tua argumentação e fundamentação.

Considero-te um homem inteligente e instruído, mas desta vez parece-me que estás a "trocar lebre por gato".

Como sabes (ou deverias saber), o que vamos votar no dia 11, não é se estamos de acordo com a: LIBERILAZÃO DO ABORTO,
ou se estamos a favor ou contra a vida, aí estamos de acordo; mas o que vai ser referendado, é outra coisa, é se estamos de acordo ou em desacordo com a:

DISCRIMINALIZAÇÃO DA INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ, ATÉ ÁS 10 SEMANAS, A PEDIDO DA MULHER, EM ESTABELECIMENTO DE SAÚDE DEVIDAMENTE AUTORIZADO.

Com este teu "Desabafo", o que concluímos é que ao votar NÃO, o Pedro, está a contribuir para a manutenção da actual lei e, consequentemente, a concordar:

- Que as mulheres vão para a prisão durante 3 anos, sempre que, por razões que sabe lá Deus porquê, tenham que tomar tal decisão.

- Denunciar as suas amigas ou familiares, se tiver conhecimento que tenham realizado um "desmancho", ou ser seu cúmplice.

- Aceitar que as mulheres sejam punidas, enquanto que, a outra metade do "crime" fica impune, isto é "o artista que a engravidou".

- Se uma sua familiar com 12 anos, lhe pedir ajuda porque fez uma "besteira" e engravidou, ele, tudo fará para que essa criança seja mãe (e isto não é um sinal dos novos tempos, existe desde que o mundo é mundo…).

Por tudo isto, eu não posso concordar contigo, porque o que está em causa é, apenas e só, uma alteração ao Código Penal, para que o nosso Parlamento possa Legislar sobre o assunto, com uma Lei mais actual e mais justa. Portanto eu, não irei votar NÃO, porque:

- Não quero as mulheres do meu país na prisão, porque um dia tiveram que tomar essa decisão, ou ter uma lei que ninguém cumpre.

- Não quero ter uma lei que me obriga a denunciar as mulheres que fizeram um aborto, e a seguir me puna a mim, enquanto profissional de saúde, porque não devia tê-la feito (a denuncia).

- Não quero continuar a ter o flagelo do aborto clandestino, que explora e mata as mulheres do meu país.

- Quero a igualdade de deveres entre as mulheres e homens, e não a existência de uma lei que pune as Mães e quem as ajudar, e deixa de fora os "machos".

- Não quero que as crianças do meu país, deixem de ser crianças e passem a ser "mães" de outras crianças, apenas porque foram "crianças".

Amigo Pedro, espero que este meu "Comentário", contribua para alguma reflexão (a ti e aos que pensam como tu), porque o mundo não é todo "azul" nem “vermelho”, o mundo, ás vezes também é a “preto e branco”, e para terminar deixo aqui um poemas para todas as mulheres que continuam a ter a coragem de ser mães e carregar dentro de si homens como eu e como o Pedro, para que possamos discordar…

(ELAS)

Vós que vos ides por ganância...
Debaixo da capa dos cruzados
Buscando no incerto e na distância
A mina delirante do "el dorado"

Vós que deixais sós na retaguarda
Um farto gineceu desamparado
Não sentis a testa corrosada
Durante o sono repousante do soldado

Ouvi este ledo trovador
Por feitos de além-mar pouco tentado
Não se deixa uma Mulher sem amor
Com o trevo da mocidade eriçado

É vê-Las no poleiro das janelas
Gastando os seus furores em vãs intrigas
É vê-Las nas ribeiras com barrelas
Contando o que só deus sabe ás amigas

Quanta malícia mal urdida
Tangem seus olhares pelas esquinas
Sob esses sorrisos de fugida
Também Elas, merecem melhores vidas

Ideais melhores que a riqueza
É ter alguém de noite na cama
Q o diga a presunçosa e vã nobreza
Q goza a especiaria ao pé da Dama

Por isso se as testas vos arderem
No lume Verrinoso do adultério
Ás línguas viperinas que vierem
Dizei-lhe q ardem pela grandeza do Império…

Um abraço

João Bugalhão

1:31 da manhã  
Blogger João, said...

ERRATA:

Quero pedir desculpa pelas gralhas ortográficas do "comentário" acima, mas isto ás 2 da manhã e depois de ter perdido um texto todo, por inexperiência informática…

Deve ler-se:
LIBERALIZAÇÃO DO ABORTO
E
DESCRIMINALIZAÇÂO
….e não as outra tretas que lá estão escritas.

1:59 da manhã  
Blogger Pedro Sobreiro (Tio Sabi) said...

Eh lá! Assim fia mais fino. Duas entradas de leão dos meus mais mais acérrimos críticos de estimação. Assim sim! Livra! Parece uma tropa de choque! Bem hajam, rapazes, pelo vosso contributo que penso que em muito enobrece a minha tabanca. Pois cada um é como cada qual e eu não sou propriamente o padre Tarsício. Tenho cá a minha idéia, como vós tendes a vossa, meus irmãos. E nem pretendo convencer os indecisos nem incendiar a ira dos que não partilham a minha opinião. Apenas pretendo desabafar e dizer o que me vai na alma. Deixo-vos agradecido com o contributo de um meu aliado nesta causa, aqui em http://www.youtube.com/watch?v=myf5ces77PU, com um grande abraço de amizade para os dois. Beijinhos.

11:10 da manhã  
Blogger Catarina said...

Voto SIM!
Porque a vida não se resume a um conceito biológico,é algo bem mais complexo.
Voto SIM!
Porque o amor que desperta um ser em crescimento dentro de nós (e aqui a barriguda sabe do que fala!)é algo de indiscritível, mas deve ser vivido de um modo consciente.
Voto SIM!
Porque a favor do aborto não conheço ninguém e porque o que está aqui em causa é criminalizar ou não as mulheres que a ele recorrem (e só isso)
Voto SIM!
Porque não é possível implementar um planeamento familiar numa sociedade cheia de tabus e onde o sexo é visto como meio à procriação (maldita catequese, malditos todos os Tarcísios deste mundo)
Voto SIM!
Porque o amor altruísta significa aceitar os outros como eles são, sem os julgar e porque o aborto também pode ser uma opção consciente.
Voto SIM!
Porque um feto, um embrião, um bebé,uma criança, não é um ser independente e autónomo que sobrevive por si só. Todos nós precisamos, DEPENDEMOS!!!, de uma mãe, de um pai, de alguém, e até muito tarde.
Voto SIM!
Porque não posso permitir que existam mulheres a ser julgadas à luz de uma moral que é só de alguns. O sim dá liberdade de escolha.
Voto SIM! (e não vou andar em nenhuma caravana)
Porque uma mulher não nasce com a capacidade de SER mãe, só porque tem um útero.

3:42 da tarde  
Blogger J.Miranda said...

Pedro, li com atenção o teu desabafo, mas os nossos pontos de vista são diferentes. Permite-me que te recomende um livro de uma escritora italiana Oriana Fallaci "Carta a um menino que não nasceu", se tiveres oportunidade lê. Em relação aos Torquemadas e Tarcisios, estão mais perto do que imaginas...

11:15 da tarde  
Blogger Graça Viegas said...

Pedro:

Em 1º lugar mais uma vez PARABÉNS! O teu desabafo para não variar foi excepcional.
Quanto ao aborto tenho também uma posição que defendo.
Em 1º lugar gostava de referir que a lei penal prevê o aborto para determinadas situações como no caso de violação sexual da mulher, mal formação congénita do feto, entre outras e até com prazos diferentes das 10 semanas e deixo a minha posição que quanto ás situações já previstas concordo plenamente.

Quanto à questão de despenalizar o aborto até ás 10 semanas de gestação, tempo em que um coração já bate coloco a seguinte questão que penso que expressa a minha posição: Acham sinceramente que é pelo aborto ser despenalizado até ás 10 semanas que vai deixar de existir o aborto clandestino e o ganhar muito dinheiro por parte de quem o faz? Penso que o caminho não é esse, não é a despenalização.

Graça Viegas

4:02 da tarde  

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